Entrevista com a professora Karima Ismail da Escola Secundária Stuart Carvalhais

  No dia 28 de Março, a professora da nossa Escola, Karima Ismail, respondeu as nossas questões. è uma professora que tem uma ligação muito forte com os animais.

Pelo que sabemos, a professora tem uma ligação muito forte com os animais. Como começou a ter essa ligação?

Eu diria que já nasci no meio deles. Desde pequena que me lembro de ter cães, criação de galinhas, pássaros, um macaco que apanharam no meio do mato (nome dado a floresta em Moçambique) porque a mãe tinha sido morta por um caçador, gatos – lembro-me de uma gata cinzenta que escondia as suas crias numa arrecadação de sacos de carvão que tínhamos no quintal, ficava imenso tempo sem aparecer e depois aparecia toda suja de carvão, era mesmo gira, enfim sempre tive animais.

Tem animais em casa? Quantos?

Neste momento tenho três gatos.

Tem alguma história engraçada com algum dos seus animais?

Eu acho que todas as histórias com os animais são engraçadas. Podia contar imensas mas, por exemplo, o meu pipocas que morreu o ano passado, roncava como se fosse um cão cada vez que alguém batia à porta, quando o meu marido se ausentava pois acho que sentia que era o chefe da casa e, sempre que ia dar comida aos gatos da rua sentia tantos ciúmes que dava-me palmadas fortes nas mãos.

Como acha que as pessoas, no geral, consideram os cães?

No geral penso que já começa a haver mais respeito e consideração. Contudo ainda há pessoas que os tratam como brinquedos. Quando se fartam deles ou quando eles fazem diabruras, maltratam e abandonam os pobres animais. Ainda no sábado passado presenciei um jovem (que só pode ser anormal!) a bater no seu cão que nem podia fugir porque estava com a trela. Pôs-se a bater e aos pontapés nele, isso revoltou me de tal forma que parei, peguei no telemóvel para ligar para a policia mas o indivíduo acelerou o passo e fugiu.
Enfim, acho que o ser humano ainda é muito “pequenininho” e vai levar algum tempo para entender o amor ou a amizade dos animais.

Concorda com o abate dos animais, nos canis municipais? Mesmo sendo para acabar com o sofrimento de um cão?

Não, não concordo mesmo nada. A morte não pode ser melhor que a vida.

Se pudesse mudar as leis em relação aos animais, o que mudaria?

Muita coisa!
                Para já, deveria haver uma lei que punisse todos aqueles que maltratam e abandonam os animais e não seria apenas uma multa!
Depois permitiria que todas as despesas que os amigos dos animais têm com a saúde dos seus amiguinhos de quatro patas, fossem dedutíveis nos impostos. Por vezes os animais não são tratados porque as despesas de veterinário são enormes e as pessoas não conseguem pagar. Assim, se houvesse benefícios fiscais ou uma espécie de segurança social para eles, evitaria alguns abandonos, julgo eu!
Acabava com a produção massiva de animais de consumo que para além de terem uma vida de curta duração, não têm nenhuma qualidade de vida. Há uns tempos vi na TV um produtor de leite que descobriu que as suas vaquinhas produziam mais leite desde que começou a pôr música para elas ouvirem e melhorou todo o habitat delas para melhor, porque não?
Acabava com experiências laboratoriais em animais.

Costuma colaborar com alguma instituição? Qual/Quais?

Não, nenhuma em particular. Os alimentos e produtos que conseguimos através de projectos que por vezes dinamizo na escola têm ido para várias instituições. Uma vez foram para a Quinta Carbone em Tercena, da outra vez foram para a associação de protecção de animais de Torres Vedras, já tenho levado alimentos e medicamentos à União Zoófila, mas são tudo colaborações pontuais. Quando há peditório nos supermercados, colaboro sempre.

Já fez voluntariado com cães?

       
Não, ainda não consegui arranjar tempo para isso, mas já pensei nisso imensas vezes. Acho que ainda não fiz porque tem a ver um pouco com o meu medo de sofrer ao vê-los a sofrer. Não sei, pode ser que um dia decida fazê-lo mas por enquanto não passa de uma intenção.

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